Um estudo publicado pela revista Medicine & Science in Sports & Exercise, liderado por Kerem Shuval, do centro de pesquisas Cooper Institute, com sede em Dallas, descobriu que pessoas que se exercitam mais tendem a beber mais.
Durante a pesquisa, foram entrevistadas cerca de 40 mil pessoas que se inscreveram no Cooper Center Longitudinal Study (pacientes de 20 a 86 anos que visitaram a clínica de 1988 a 2019). A idade média do estudo foi de 46 anos, cerca de dois terços eram homens.
A aptidão cardiorrespiratória foi medida com um teste em esteira – enquanto eles corriam na esteira, uma máquina media quanto oxigênio consumiam, com base na velocidade e na nota final, foi calculado o equivalente metabólico máximos dos participantes (quantidade de oxigênio consumido em repouso), os participantes foram separados em grupos de baixa, moderada e alta aptidão.
Já o consumo de álcool foi medido por meio de um questionário, com foco em quantas doses por semana eram consumidas (a dose foi definida como 150ml de vinho). Os pesquisadores separaram os participantes em três grupos: consumo leve, consumo moderado e consumo pesado. Os resultados mostraram que os mais aptos eram os mais propensos a beber. As mulheres na categoria moderado eram 1,58 vezes mais propensas a beber moderado ou pesadamente em comparação com suas contrapartes ou pesadamente em comparação com as de baixo condicionamento, já as classificadas como alto condicionamento, foram 2,14 vezes mais propensas a beber moderado ou pesadamente. Agora, os homens na categoria de condicionamento moderado tiveram 1,42 vezes mais chances de se enquadrarem nos grupos de consumo moderado u pesado de álcool, aqueles categorizados de alto condicionamento foram 1,63 vezes mais propensos a beberem moderadamente ou pesadamente em comparação com os de baixo condicionamento.
Por mais de suas chances serem de beber mais, os homens classificados com maior aptidão eram menos propensos a terem dependência alcoólica. Os bebedores pesados masculinos com baixo condicionamento obtiveram cerca de 45,7 % de chance de dependência, enquanto os de condicionamento moderado tiveram cerca de 41,7% de chances, já os de condicionamento alto tiveram cerca de 41,7% de chances, já os de condicionamento alto tiveram 34,9% de chances de dependência.
A relação entre o exercício e o álcool pode ser explicada por um mecanismo psicológico chamado “ efeito de indulgência”, onde atingir metas fornece uma “licença” para beber como recompensa, uma limitação do estudo seria que os participantes estavam autorrelatando seu consumo de álcool, podendo muitas vezes estar sujeito a medições imprecisas – podemos pontuar que os participantes com maior aptidão física se sentissem mais à vontade de compartilhar de seus hábitos.