Em sua grande maioria os vinhos são feitos a partir de misturas de uvas, mesmo algumas garrafas rotuladas como varietais também são. As leis de rotulagem de alguns países permitem que, se cerce de 80% do vinho for da mesma uva, serem intitulados como um “varietal”, mesmo que os outros 20% não tenham sido feitos com a mesma cepa. Assim, como os que são genuinamente varietais também podem ser blends, como por exemplo, a mesma variedade, mas de vinhedos diferentes. Na antiguidade, os produtores cultivavam diversas variedades e as misturavam para criar um vinho. Acontecendo o que hoje chamamos de field blend, ou seja, a mistura do campo, em que as uvas indistintas eram jogadas na prensa para gerarem mosto. Este sendo o blend mais comum.
Podemos lembrar que os blends, não se resumem, à variedades distinta sendo misturadas, podem ser misturas de vinhos de safras diferentes, o que é bastante usado na fabricação de champagnes, por exemplo. As misturas para blend podem ser uvas de diferentes safras, diferentes vinhedos, diferentes regiões. A região dos blends mais famosa, é a Bordeaux, lá as misturas de variedades vêm de uma tradição longínqua e foi sendo aperfeiçoada com o passar do tempo, inspirando produtores ao redor do mundo. As definições das porcentagens de cada uva no blend é uma tarefa bastante empírica. De acordo com o enólogo Brian Carter, “Se estou começando com um blend à base de Cabernet, o Cabernet acabara sendo 60, 65% do resultado final. E então aumento a complexidade e tento aumentar o equilíbrio adicionando outras variedades. Se adicionar muitas outras coisas não se tem mais o gosto de Cabernet, então fui longe demais”. Mas o que porcentagem mínimas podem acrescentar a um vinho? Às vezes, 1% pode acabar transformando radicalmente. Sendo por isso que muitas vezes vemos porcentagens baixíssimas de algumas variedades em determinados rótulos. Uvas mais tânicas, costumam ser usadas em pequenas quantidades em blends para que não se perca o equilíbrio. O que cada uma traz ao blend? Cabernet Sauvignon : tende a trazer grande intensidade, potência, peso de boca, com mais intensidade e taninos no final, além de aromas de frutas negras e ervas Merlot : Traz mais o meio de boca com aromas de frutas vermelhas e chocolate Cabernet Franc: Traz ervas, bem como frutas vermelhas intensas, mas que desaparecem no final da boca Malbec: Presença de frutas negras, tende a realçar o frutado de outras variedades Petit Verdot : Mais acidez e tanicidade, colocada para temperar o blend, com mais estrutura Grenache: Traz frutas vermelhas especialmente no meio do paladar Syrah : Especiarias e cor, além de taninos conforme o terroir Mourvèdre: Especiarias como pimenta e toques defumados Carignan: Aspectos rústicos ao blend Cinsault: Tende a trazer leveza para o paladar, mas com sabores intensos que ajuda a reduzir o peso na boca Agora que você já sabe como são feitos os blend e como cada uva contribui, que tal provar alguns maravilhoso blend da Adega Dorna?