O vinho é produzido através da fermentação da uva, sendo a uva um fruto, não teria origem animal correto? No entanto, não é bem assim. Por mais que o vinho seja feito a partir das uvas, existem algumas etapas em sua produção que incluem produtos de origem animal.
Clarificação
Nesta etapa, são retirados os resíduos sólidos, que se formam durante o processo. Para clarificar o vinho, e torna-lo límpido, são adicionadas algumas substâncias que servem como “imã” atraindo as impurezas em suspensão para que se precipitem no fundo do tanque. Normalmente são utilizados produtos de origem animal, como: caseína (proteína do leite), albumina (proteína do ovo), clara de ovo, gelatina animal e isinglass (cola de peixe).
Filtragem
Antes de serem engarrafados, o vinho é filtrado ara que todas as impurezas capturadas fiquem no tanque, aqui neste processo pode ser utilizado gelatina animal.
Amaciamento dos taninos
Para auxiliar no processo de amaciamento os taninos e reduzir o amargor, principalmente em vinhos jovens ou de colheitas precoces, alguns produtores recorrem à inserção de albumina ou sangue de animal.
Não são todos os vinhos que passam por filtragem, clarificação ou amadurecimento forçado dos taninos. No entrando, mesmo os que passam, há produtores que utilizam produtos minerais. O uso de produtos de origem animal, não são obrigatórios, tendo alguns países que já começaram a restringir algumas delas, uma das restrições é o sangue de animal sendo proibido o seu uso no Estados Unidos e França.
Como são é uma obrigatoriedade informar se o produto é vegan friendly, tornando assim mais difícil identificar se o produtor utiliza ou não estas substâncias. Outras regiões exigem certificação para o produto ser rotulado como vegano. Certificações que muitas vezes são caras e burocráticas, impossibilitando alguns produtores, sobretudo os menores.
Como identifica-los
Como nem sempre, são identificados, encontra-los se torna uma missão difícil. Mas algumas dicas te ajudaram, a identifica-los:
• Rótulos com expressões “não filtrado”, “unfiltered”, “métodos de autoclarificação natural”, indicam que, possivelmente, não passou por clarificação, consequentemente, não teve contado com ingredientes de origem animal
• Produtos com o selo Kosher, em sua maioria, são adequados para o consumo vegano, visto que, as regras do judaísmo proíbem utilização de produtos de origem animal, vale ressaltar que a clara de ovo é aceita, podendo ser utilizada na clarificação.
• Conhecendo a história da vinícola, algumas utilizam práticas veganas, mas nem sempre apresentam indicações no rótulo.
Variações do vinho vegano
• Vinhos orgânicos: são cultivados sem uso de agrotóxicos, como pesticidas, herbicidas e fertilizantes sintéticos, no entanto não quer dizer que são totalmente livres de substâncias animais. Leis nacionais regulam a quantidade que cada substância química pode ser usada para se enquadrar em produção orgânica.
• Vinhos biodinâmicos: de cultivo orgânico atrelados à pratica que preza pelo equilíbrio entre todo o sistema que envolve o vinho (solo, vinhedo, clima, pessoas) e as forças do universo.
• Vinhos naturais: vinho de cultivo orgânico com no mínimo de intervenção na adega, não permitida a adição de leveduras selecionadas e nem pratica de filtragem, sendo assim vinhos que relevam características genuínas da uva e do terroir.
Lembrando que os vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais podem ou não serem veganos, indo de acordo com a prática de cada produtor.
Experimente, os que temos aqui na adega dorna:
Castillo de Aresan
Opta Dão