Nas últimas semanas, a pandemia do coronavírus tem dominado a internet e as centenas de imagens de recuperação da natureza que estão circulando, nos dão a falsa ideia de que a questão das mudanças climáticas já foi resolvida. No entanto, se a quarentena tem diminuído o impacto ambiental do homem sobre a natureza, nunca foi tão urgente discutir novas possibilidades de embalagens, com menos plástico e emissões de carbono. O que pouca gente sabe é que já não é de hoje que um movimento verde no universo dos vinhos e bebidas destiladas está em voga. E especialistas garantem: em um futuro próximo, o vinho virá em caixa e a vodca será feita de CO2. No centro desta nova maneira, mais sustentável de produzir bebidas alcóolicas, está a noção de ‘solo vivo’, que não depende de pesticidas e outros herbicidas químicos prejudiciais à saúde. Rico em matéria orgânica, este solo é capaz de reter muito mais nutrientes, promover mais diversidade microbiana e dobrar a capacidade de água do solo. E a consequência é uma bebida muito mais pura e com menos química. Porém, esta não é a única inovação proposta pelo movimento verde, que também propõe utilizar a energia solar para produzir vodca a partir da água e do ar. A novidade também está presente na hora de distribuir as bebidas, já que a embalagem de vidro e o transporte de garrafas representam dois terços da pegada do setor de vinho. Na Europa, diversas vinícolas começaram a investir nas caixas de vinho, como a rede de lojas de bebidas controlada pelo próprio governo – Systembolaget, que afirma que mais de 50% de sua receita vem de vinhos em caixas, muito melhores para o meio ambiente sob a perspectiva de peso e carbono usados no transporte, embora o impacto da introdução de mais revestimentos plásticos no lugar de vidro reciclável levante outras questões.