Pratos e vinhos que harmonizam com frio O vinho é o companheiro perfeito tanto para essa época de frio quanto para os pratos típicos da estação. O calor da receita e o da bebida se unem e, além disso, o vinho é capaz de suportar essa textura de forma harmoniosa. Tudo bem que o inverno na maior parte do Brasil não chegou com aquela força, mas qualquer friozinho já serve de desculpa para um desses 10 pratos “reconfortantes” e típicos de inverno. Sopa de cebola Clássico dos bistrôs franceses, a famosa sopa de cebola está sempre à mesa, especialmente no inverno. Geralmente faz-se um creme cuja cebola é protagonista, mas misturam-se ingredientes como queijos, pedaços de carne e/ou linguiça ou frango, pão, diversos condimentos, muita manteiga e também vinho. Esta não costuma ser uma “sopinha rala”, mas um prato com certo porte. Apesar de os franceses costumeiramente harmonizarem com vinhos brancos sutis, tipo Aligoté ou Chardonnay não barricado, há espaço aqui para algo mais encorpado, podendo mesmo ser um Chardonnay, mas também indo para blends, de Bordeaux, do Rhône ou até do Douro, que misturem potência com um bom grau de acidez. Moqueca de peixe A moqueca é um prato tradicional do litoral brasileiro, com receitas típicas desde o Espírito Santo até o Pará. E por ser tão difundido, há diversas variações, que acrescentam ou não alguns ingredientes, tais como azeite de dendê ou pimentão, por exemplo. Mas, resumindo, esse cozido de peixe, geralmente em panela de barro, tende a levar tomates, cebolas e coentro, entre outros condimentos. Strogonoff Essa é outra receita que se espalhou não só pelo Brasil, mas pelo mundo, com inúmeras variações, desde o tipo de carne usada (frango, vaca, camarão etc.) até os condimentos usados no preparo. Ainda assim, o que importa aqui é estarmos diante de um prato muito cremoso, cujo creme, aliás, é extremamente pungente, muitas vezes mais determinante para a harmonização do que a carne em si. A ideia então é escolher um vinho que tenha acidez suficiente para fazer esse “enfrentamento”. Branco, tinto ou ainda um rosé com boa estrutura? No caso de carne, prefira um tinto. Se for frango ou algum fruto do mar, pode-se optar por um branco. Mas sempre com um viés de elevada acidez, tal como um Nebbiolo, ou um Sangiovese, por exemplo. Se houver alguma picância, pode-se optar por um Syrah. Se o molho for mais suave, um bom rosé pode ser a alternativa. Entre os brancos, talvez Chenin Blanc seja uma boa pedida. Paella Frutos do mar, legumes, arroz, açafrão. Sobre essas bases faz-se um dos pratos mais tradicionais dos restaurantes espanhóis, sejam eles de influência valenciana (de onde teoricamente a paella surgiu) ou não. Essa é mais uma receita que tomou o mundo, difundiu-se e assumiu novas variantes, mas vamos nos conter aqui ao arroz caldoso com frutos do mar. Uma excelente combinação para esse prato reconfortante e saboroso seria um blend branco típico do sul da França, por exemplo. Se quiser se manter na Espanha, vá de Viura, Albariño ou Garnacha Branca. Outra opção interessante para a intensidade e delicadeza de sabores da paella são os rosés, a mistura de refrescância e corpo médio cria uma boa ponte para o prato. Fondue de queijo Esse “queijo derretido” virou cult e não há inverno sem festivais de fondue em restaurantes – tradicionais ou não – e tampouco quem não experimente fazer a receita em casa com a família. É um prato de partilha, assim como o vinho. Talvez por isso um chame o outro. As possibilidades de combinação com a fondue de queijo são inúmeras, mas os brancos são os recomendados. A questão da textura, para alguns, pode indicar um vinho com mais estrutura e talvez um pouco de barrica (menos tempo ou então barricas usadas), como um belo Chardonnay, quem sabe um Chablis, mas sem deixar de lado opções do Novo Mundo. Há ainda quem prefira um vinho mais fresco, como um Riesling ou um Grüner. Dependendo da intensidade do queijo, um Alvarinho da região de Monção pode cair muito bem. Vale ainda tentar Sauvignon Blanc, Verdelho, Pinot Grigio ou Chenin Blanc.