O La Fiole é o Châteauneuf-du-Pape mais vendido do mundo. Além de sua garrafa possuir em alto relevo o símbolo do papado (obrigatoriedade da AOC), ela tem um design único, retorcida e empoeirada. Foi criada em 1952 por Charles Brotte, a qual ficou em primeiro lugar em um concurso de ceramistas. O formato da garrafa representa as vinhas nodosas e retorcidas típicas da região devido à sua luta de crescimento contra o vento Mistral.
Dentre as características que distinguem um Châteauneuf-du-Pape, o que mais surpreende é seu solo, formado por pedras grandes, redondas e macias (chamadas de Galets) misturadas com argila, chega a alcançar 6 metros de profundidade. Apesar de a AOC permitir até 22 variedades para a produção do Châteauneuf-du-Pape, o La Fiole utiliza as quatro principais, Grenache, Syrah, Mourvèdre e Cinsault. Sua produção é inspirada na região de Champagne, onde se faz vinhos non-vintage (misturando vinhos jovens com cuvées de reservas mais antigos) para garantir a consistência de seu estilo ano após ano (único na França a utilizar essa técnica). Suas uvas são provenientes de colheita 100% manual e cada variedade tem sua fermentação alcoólica e malolática em grandes tanques de concreto. Após amadurece entre um e cinco anos em barris de carvalho centenários.
Servido o vinho na taça, logo constatamos uma ótima complexidade revelando camadas de aromas que começa com frutas vermelhas e negras, frescas e maduras como cereja, groselha, cassis, amora passando para notas minerais de pedra molhada, folhas secas e de especiarias como pimenta e alcaçuz finalizando com toques terrosos, de cogumelos e de cedro.
Em boca, apresenta incrível integração entre corpo, taninos e acidez, é potente, porém delicado, muito intenso e persistente. Seus sabores acompanham as notas olfativas, mas a sua acidez vibrante acentua seu caráter mineral. Realmente um vinho que agradará desde enófilos iniciantes até os mais experientes.
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